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Os primeiros números confiáveis da agricultura orgânica no Brasil



Do blog organicosbrasil.wordpress.com/

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou no começo de junho os dados da produção de orgânicos no País, onde constam produção por Estado, área de produção e extrativismo e unidades controladas. Por “unidade controlada”, porém, não se pode entender unidade produtiva, já que o número divulgado subestima o número real de unidades de produção efetivamente existentes. “Isso porque o atual sistema adotado pelos organismos de avaliação da conformidade identifica apenas o ‘detentor da certificação’, que em alguns casos é uma associação de produtores ou uma cooperativa de produtores orgânicos. Em outros casos, trata-se de uma empresa à qual estão vinculados vários produtores, que comercializam produtos orgânicos através da certificação que foi organizada e custeada pelo detentor do certificado, informou a Comissão da Produção Orgânica de São Paulo, coordenada pelo agrônomo do Ministério da Agricultura Marcelo Laurino. “Uma unidade controlada, portanto, pode representar a existência de dezenas de unidades de produção a ela vinculadas”, informa a Comissão.

Ou seja, ainda é um número aquém do real, porém já bem acima dos dados oficiais mais recentes, os do Censo Agropecuário do IBGE, de 2006, que contabilizava apenas 5 mil estabelecimentos agrícolas orgânicos com algum tipod e certificação. Agora, já são no mínimo 11.500 unidades de produção controladas ligadas ao sistema produtivo de orgânicos, mais do que o dobro do número anterior, incluindo aí propriedades rurais e estebelecimentos de processamento de orgânicos. A área total do País com certificação orgânica representa 1,5 milhão de hectares, sendo Mato Grosso o campeão em área, com 622.800 hectares, seguido do Pará, com 602.600 hectares e Amapá, com 132.500 hectares. O maior número de produtores abrigados sob o guarda-chuva de alguma certificação orgânica, porém, está no Pará, campeão absoluto, com cerca de 3.300 produtores; Rio Grande do Sul, com 1.200; Piauí, com 768; São Paulo, com 741, e Mato Grosso, com 691.

Além disso, conforme informa o Ministério da Agricultura, a Região Norte, com 778.800 hectares e 3.800 unidades de produção, é a que possui a maior área dedicada à agricultura orgânica, seguida por Centro-Oeste, com 650.900 hectares, e 1.100 unidades produtivas.

Ainda conforme o Ministério, os dados de produtividade deverão ser divulgados a partir do segundo semestre. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, Erikson Chandoha, o Mapa está implantando um sistema de gerenciamento onde serão lançadas informações quanto às expectativas de produção.

No Mato Grosso, os produtos orgânicos mais representativos são a carne bovina e a castanha-do-brasil. Já no Pará, destaque para o cacau, dendê, açaí e castanha-do-brasil. Os dados foram levantados pelo Departamento de Agroecologia da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC) do Mapa.

Clique aqui e veja a relação de áreas, produtos e unidades controladas no Brasil.

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