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Frente Parlamentar de Agroecologia de São Paulo será lançada em março

Por Rafael Nunes

Após meses de mobilização, a Frente Parlamentar de Agroecologia e Defesa da Cultura Orgânica no Estado de São Paulo, idealizada pelo mandato da deputada estadual Ana do Carmo (PT), já tem data para ser oficializada. No dia 26 de março, na Assembleia Legislativa, deputados e entidades ligadas ao tema darão o pontapé inicial da frente.

A data será marcada pelo ato “Ocupação Agroecologia”. Ao longo do dia, serão apresentados todos os movimentos e grupos ligados aos orgânicos em São Paulo. “Vai ser um grande painel demonstrativo do potencial desse setor em São Paulo, com a presença de professores, ONGs, sindicatos e entes que trabalham com a agricultura orgânica. Todos vão apresentar e debater essa temática”, afirmou Gustavo Cherubini, coordenador de Meio Ambiente do mandato da deputada Ana do Carmo e articulador da frente.

Após a reunião realizada no plenário Dom Pedro I, na Assembleia, a deputada Ana do Carmo voltou a pedir a conscientização do Governo do Estado pelo apoio a produtores orgânicos. “O mais importante dessa Frente é fazer com que o governo entenda como é fundamental ter essa política para a população paulista. O produto orgânico pode até ser mais caro, mas é aí que entra o nosso papel, de cobrar do Governo do Estado o incentivo para que essas produções tenham um custo menor e a população passe a ter uma alimentação muito mais saudável”, disse.

No próximo dia 27/02 o grupo volta a se reunir para dar prosseguimento à elaboração do regimento da Frente Parlamentar. Além de Ana, a frente conta com a articulação do deputado Aldo Demarchi (DEM), Simão Pedro (ex-deputado estadual e atual secretário de Serviços da Prefeitura de São Paulo) e do vereador paulistano Nabil Bonduki.

Agenda
Após a segunda reunião do grupo que debate a instalação da Frente Parlamentar da Agroecologia na Assembleia Legislativa, a deputada estadual Ana do Carmo se reuniu com técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

Ambos órgãos apresentaram à deputada, principal articuladora da implantação da Frente Parlamentar e da discussão de uma política de orgânicos no Estado de São Paulo, a possibilidade de reunir prefeitos e deputados para uma audiência como o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho.

“É uma chance de trazermos informações para os prefeitos e quem sabe dar suporte para políticas municipais de agricultura familiar e orgânica“, afirmou Marcelo Silvestre Lauriano, coordenador da Comissão de Produção Orgânica de São Paulo, ligada ao ministério.

Preserva Mundi participou da 2ª feira de sementes e mudas da UNB

Da Redação

A diretora-executiva da fazenda Preserva Mundi, Romina Lindemann, participou, em Alto Paraíso de Goiás (GO), da II Feira de Sementes e Mudas da Chapada dos Veadeiros, promovida pelo Centro UnB Cerrado em parceria com a Cooperativa Frutos do Paraíso.

O evento é palco da prática de doação, permuta e comercialização de sementes crioulas e mudas de produtores rurais, organizações sociais, instituições de ensino, comunidades tradicionais.


Para Lindemann, que levou à feira 500 gramas de sementes de nim, a troca de sementes é um momento privilegiado para a transmissão de conhecimentos em prol do fortalecimento da agroecologia. "A 2ª edição do evento representa o amadurecimento de uma proposta de criação de uma rede de conservação, difusão e intercâmbio de variedades crioulas no País."

A atividade reuniu expositores de diferentes regiões do país, como o produtor Amilton Fernando Munari, de Maquiné (RS), que levou mais de 20 variedades de feijão, milho, batata, girassol e outras espécies. O conhecimento sobre cultivo e estocagem foi herdado do pai e avô. Hoje, Munari é referência da produção orgânica e percorre o Brasil para participar de feiras e encontros de Agroecologia. "É o momento de a gente se encontrar e pensar juntos sobre a nossa soberania alimentar e nutricional. Foi muito importante ver o interesse das pessoas, porque a semente que a gente troca leva com ela a cultura. Ela é a vida e nos faz viver mais perto da natureza, senão a gente fica distante, vivendo em um mundo artificial”, comentou Munari.

Variedades centenárias de milho crioulo produzido pelos calungas (descendentes de escravos) da região e outras espécies que retratam a riqueza da agrobiodiversidade brasileira, além de mudas e plantas trazidas por moradores do município, atraíram atenções de quem passou pela feira. “Eu fiquei muito satisfeito de ver até crianças trocando de sementes. Esse valores cooperativos sendo disseminados entre elas, pra mim, foi ótimo de ver”, relatou Julio Itacarambi, expositor e agricultor de Alto Paraíso.

* Com informações do Blog Oficial do evento