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Rio+20: Preserva Mundi é destaque na mídia nacional

Em reportagem da Agência Brasil, replicada pelo Jornal do Brasil, a diretora-executiva da Preserva Mundi, Romina Lindemann, adverte para as barreiras que os produtores de orgânicos ainda enfrentam para fazer chegar seus produtos ao consumidores.

Ela elenca a falta de assistência técnica e da logística de entrega de produto como os piores gargalos: “A dificuldade para os produtores orgânicos é o acesso à assistência técnica. Hoje o produtor fica carente. A indústria química tem pessoal para colocar equipes viajando de carro pelas estradas do país. Os produtos naturais custam até mais barato, mas não tem a assistência que a indústria química dá. O governo tenta fazer algumas ações, mas ainda é muito limitado”, disse Romina.

Veja reportagem na íntegra:


Mercado de orgânicos cresce, mas ainda enfrenta barreiras, dizem produtores

Agência Brasil

O mercado para produtos orgânicos – sem uso de agrotóxicos, adubação química ou hormônios – está se expandindo rapidamente no Brasil, mas os produtores ainda enfrentam barreiras para chegar aos consumidores. A avaliação é de produtores orgânicos reunidos na conferência Green Rio, evento de agricultura orgânica paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20.

A produtora rural Romina Lindemann, da empresa Preserva Mundi, que fabrica produtos de uso medicinal e veterinário a partir do neem, uma erva indiana cultivada na fazenda da família, no município de São João de Pirabas, no nordeste do Pará, reclama da falta de assistência técnica e da logística de entrega.

“O neem é uma planta indiana usada há mais de 4 mil anos na medicina na Índia. Lá ele é usado como repelente de insetos e como creme dental, pois os indianos mascam os galhos do neem como se fosse a escova de dentes”, disse.

“A dificuldade para os produtores orgânicos é o acesso à assistência técnica. Hoje o produtor fica carente. A indústria química tem pessoal para colocar equipes viajando de carro pelas estradas do país. Os produtos naturais custam até mais barato, mas não tem a assistência que a indústria química dá. O governo tenta fazer algumas ações, mas ainda é muito limitado”, disse Romina, que cultiva 160 mil pés de neem em sua fazenda.

O produto tem apresentações em pó, sabonete ou líquida e pode ser usado no combate a piolhos, bernes, vermes e mosca de chifre em bovinos, na forma de chá.

Para a produtora orgânica Rosangela Cabral, dona da empresa Secale Pães Orgânicos, o maior problema não foi a aceitação de sua linha de pães, mas a dificuldade para encontrar uma logística de distribuição que atenda tanto aos grandes mercados como às pequenas lojas de produtos naturais, muitas a centenas de quilômetros de distância de sua padaria, em Porto Alegre.

“O negócio está crescendo, mas têm mil dificuldades. A empresa está indo bem, mas eu preciso ter mais fôlego. O problema é a logística de entrega, pois o volume é pequeno e o frete é caro. Para o orgânico deslanchar de vez no Brasil é preciso resolver a questão da distribuição”, avaliou Rosangela que há seis anos fabricava 500 pães por mês e, hoje, produz 15 mil.

O produtor rural Dick Thompson, da região de Itaipava, em Petrópolis (RJ), começou há cerca de 22 anos entregando verduras orgânicas para cinco amigos que moravam no Rio de Janeiro. Depois de trabalhar por anos no mercado financeiro, ele resolveu investir em um sítio de 50 hectares na serra e optou pela produção sem venenos ou adubo químico, quando criou a empresa Sítio do Moinho.

“Na época era uma novidade completa. Comecei pensando em alimentar minha família de uma forma saudável e correta. Aí entendi que o processo era benéfico não só para a saúde do indivíduo, como para o meio ambiente e o mundo. Comecei entregando verduras em domicílio para cinco amigos. A coisa foi crescendo e hoje fazemos 300 entregas por semana, disse Dick, que também vende seus produtos em uma loja própria na zona sul e deve inaugurar outra na Barra da Tijuca. Além das hortaliças, ele também comercializa massas, granolas, pães e outros artigos orgânicos.

Para ele, o preço dos orgânicos jamais será o mesmo que o da produção convencional, pelo simples fato de que a produção orgânica leva mais tempo para chegar ao ponto de colheita ou de abate, justamente por não utilizar de adubação química nem de hormônios. “Um alface orgânico leva três meses para estar pronto. Um de agricultura convencional pode ser colhido em dois meses. Ou seja, com orgânico eu tenho quatro safras por ano, enquanto com adubação química consigo seis. Os orgânicos serão sempre de 20% a 30% mais caros”, comparou Dick.

O secretário nacional de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Laudemir Müller, acredita que estratégias de governo possam equilibrar os preços. “O nosso objetivo é que os orgânicos tenham os mesmos preços de mercado que os não orgânicos. Nossa estratégia é promover a produção orgânica e a agricultura familiar, gerando desenvolvimento no meio rural, e dar acesso a um alimento de maior qualidade nutritiva e socioambiental. A produção orgânica já não é cara. Temos uma política de crédito específica para os orgânicos e uma assistência técnica e de extensão rural”, disse Müller. Atualmente, segundo o MDA, o país tem registrado cerca de 90 mil famílias dedicadas à agricultura orgânica.

A responsável pela conferência Green Rio, Maria Beatriz Martins Costa, da empresa Planeta Orgânico, reforça a tese de que a produção orgânica está ficando cada vez mais barata e acessível a um segmento maior de consumidores, através dos ganhos de escala. “Um grande impulso que o mercado está tendo são as políticas públicas, na medida em que os agricultores familiares têm incentivo a entrar no setor orgânico. Um dos maiores grupos de supermercado do Brasil registrou crescimento de 35% na venda de orgânicos em 2011, comparado com o ano anterior, que já vinha de um crescimento de 70% desde 2003, quando começaram a trabalhar com produtos orgânicos”, destacou Maria Beatriz.

Certificação participativa reduz custo de orgânicos

Modelo é 'exportado' para Chile e Uruguai

ANITA MARTINS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE FLORIANÓPOLIS

Uma iniciativa brasileira que já está sendo implantada no Chile e no Uruguai pode ajudar na redução dos preços dos alimentos orgânicos, que, apesar dos benefícios para a saúde humana, ainda são mais caros que os alimentos cultivados com agrotóxicos.

É a certificação participativa, uma nova forma de comprovar que não foram usados produtos químicos nas plantações.

Em vez de R$ 2.000 anuais para certificar os orgânicos por auditoria privada, quem adotou essa prática está gastando cerca de R$ 50.

Desde o ano passado, quando passou a ser permitida por lei, a certificação participativa já foi adotada por 1.336 agricultores orgânicos certificados (11% do total de 11.524 no país).

Nesse método, em vez do auditor, um grupo de produtores, técnicos e consumidores autorizado pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) realiza a verificação. Até agora, quatro entidades foram cadastradas -Rede Ecovida, Abio (Associação de Agricultores Biológicos do Estado do Rio de Janeiro), ANC (Associação de Agricultura Natural de Campinas e Região) e ABD (Associação Biodinâmica).

Preserva Mundi na Rio+20

As atividades desenvolvidas pela Preserva Mundi será um dos cases de sustentabilidade apresentados pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) no Green Rio, evento paralelo à Rio+20, que será realizado nessa quarta-feira (20) no Centro de Convenções da Bolsa de Valores, no Rio de Janeiro.

O estande da SNA divulgará as atividades de sete empresas: Clor-in, Ecobras, Secale, Preserva Mundi, Coopernatural, Sérgio Carrano Consultoria e Advocacia e Tecpar Certificadora.

A diretora da Preserva Mundi, Romina Lindemann, participa de diversas atividades ligadas à sustentabilidade na Rio+20, até o dia 22 de junho.

Será apresentado também o projeto do CI Orgânicos (Centro de Inteligência em Orgânicos), que conta com o apoio do Sebrae.

O endereço do Centro de Convenções da Bolsa de Valores é Praça XV de novembro 20, Centro. A entrada para a feira custa R$ 20.

Mais informações: www.greenrio.com.br.

Dica de leitura sobre empreendedorismo responsável: Produção e Consumo Sustentáveis


A publicação Produção e Consumo Sustentáveis – Oportunidades e Diferencial Competitivo a partir do Empreendedorismo Sustentável apresenta uma série de orientações sobre aspectos da gestão sustentável, visando à redução dos impactos ambientais decorrentes de atividades empresariais.

O livro aponta oportunidades, modelos e diferenciais competitivos provenientes de ações socioambientais, tendo em vista o desenvolvimento sustentável. É uma fonte de conhecimento muito útil para empresários que decidirem adotar uma agenda de inovações efetivamente sustentável.

A publicação não será impressa em respeito ao meio ambiente. Recomendamos especialmente a leitura da entrevista do consultor em comunicação e sustentabilidade, Claudio Andrade, na página 18.

# Clique aqui para ler na íntegra.

Boa leitura!!

Os primeiros números confiáveis da agricultura orgânica no Brasil



Do blog organicosbrasil.wordpress.com/

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou no começo de junho os dados da produção de orgânicos no País, onde constam produção por Estado, área de produção e extrativismo e unidades controladas. Por “unidade controlada”, porém, não se pode entender unidade produtiva, já que o número divulgado subestima o número real de unidades de produção efetivamente existentes. “Isso porque o atual sistema adotado pelos organismos de avaliação da conformidade identifica apenas o ‘detentor da certificação’, que em alguns casos é uma associação de produtores ou uma cooperativa de produtores orgânicos. Em outros casos, trata-se de uma empresa à qual estão vinculados vários produtores, que comercializam produtos orgânicos através da certificação que foi organizada e custeada pelo detentor do certificado, informou a Comissão da Produção Orgânica de São Paulo, coordenada pelo agrônomo do Ministério da Agricultura Marcelo Laurino. “Uma unidade controlada, portanto, pode representar a existência de dezenas de unidades de produção a ela vinculadas”, informa a Comissão.

Ou seja, ainda é um número aquém do real, porém já bem acima dos dados oficiais mais recentes, os do Censo Agropecuário do IBGE, de 2006, que contabilizava apenas 5 mil estabelecimentos agrícolas orgânicos com algum tipod e certificação. Agora, já são no mínimo 11.500 unidades de produção controladas ligadas ao sistema produtivo de orgânicos, mais do que o dobro do número anterior, incluindo aí propriedades rurais e estebelecimentos de processamento de orgânicos. A área total do País com certificação orgânica representa 1,5 milhão de hectares, sendo Mato Grosso o campeão em área, com 622.800 hectares, seguido do Pará, com 602.600 hectares e Amapá, com 132.500 hectares. O maior número de produtores abrigados sob o guarda-chuva de alguma certificação orgânica, porém, está no Pará, campeão absoluto, com cerca de 3.300 produtores; Rio Grande do Sul, com 1.200; Piauí, com 768; São Paulo, com 741, e Mato Grosso, com 691.

Além disso, conforme informa o Ministério da Agricultura, a Região Norte, com 778.800 hectares e 3.800 unidades de produção, é a que possui a maior área dedicada à agricultura orgânica, seguida por Centro-Oeste, com 650.900 hectares, e 1.100 unidades produtivas.

Ainda conforme o Ministério, os dados de produtividade deverão ser divulgados a partir do segundo semestre. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, Erikson Chandoha, o Mapa está implantando um sistema de gerenciamento onde serão lançadas informações quanto às expectativas de produção.

No Mato Grosso, os produtos orgânicos mais representativos são a carne bovina e a castanha-do-brasil. Já no Pará, destaque para o cacau, dendê, açaí e castanha-do-brasil. Os dados foram levantados pelo Departamento de Agroecologia da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC) do Mapa.

Clique aqui e veja a relação de áreas, produtos e unidades controladas no Brasil.